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quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Parceiro "troféu"

Ha uns dias fui fazer as unhas (ritual que de um tempo pra cá faço somente quando eu quero, sem pressão) e percebi a moça que estava me atendendo um tanto triste. Com um pouco de conversa ela me contou que havia terminado ha dias um relacionamento de 3 anos. E me contou como era seu relacionamento e as "pérolas" do seu ex parceiro.

De um tempo pra cá tenho observado as pessoas e os relacionamentos. E tenho questionado muito o que move um relacionamento. Qual o critério de escolha dos casais?  Lembrando o que já passei também, tenho notado uma coisa muito interessante, principalmente nas mulheres: é viciante gostar de quem não gosta da gente. Eu sei, assustador né? E aos poucos foi comprovando essa minha observação.

Cansei de ouvir, numa roda de mulheres, "só gosto de quem não gosta de mim". Na minha opinião tem algumas razões que se prestarmos atenção, conseguiremos ver por trás desse desencontro de sentimentos.

Longe de mim diagnosticar ou dizer que é isso ou aquilo. Mas acredito sim que uma ou duas das minhas observações tem direcionado as pessoas (maioria mulheres) à quererem parceiros incompatíveis.

De fato uma coisa chamado EGO nos faz procurar parceiros(as) com status de desejados, bonitos, de sucesso. Ou melhor, "troféus", que sirvam  pra mostrar pra sociedade a nossa capacidade de conquista. E esse "troféu" dimensiona o nosso poder. E aí é está um dos perigo do ego. Querer alguém mais para chamar atenção dos outros, que para nos completar a alma.

O  problema desse perfil (troféu) é que ele(ela) sabe do quanto ele é desejado (seja por qual for o motivo) e passa a não dar valor a suas conquistas. Estou falando o óbvio né? E o sofrimento é inevitável. Por que as pessoas só evoluem e amadurecem com experiências na vida. Com VONTADE de crescer. E acima de tudo com a valorização de OUTRAS coisas na vida ( e até outras pessoas) que não seja nada tão superficial. Portanto o indivíduo "trófeu" fica vazio por dentro. Só preocupado com sua casca. Seja ela dinheiro, seja beleza, seja malandragem...

E o pior é que o que nossa sociedade valoriza é muito vazio, pobre de cultura e valores mais sérios. Logo, a pessoa admirada por essa sociedade vazia é tão vazia quanto seus admiradores. Infelizmente somos uma sociedade voltada pro corpo e não pra "cabeça", pro dinheiro e não pro trabalho, pra quantidade e não qualidade e acha lindo ser malandro. Esse é o perfil do nosso herói brasileiro.

E, voltando ao relacionamento, depois escrevo sobre a minha opinião sobre nossa geração... Esses valores não fazem de ninguém um bom parceiro.

Eu costumo falar com minhas amigas, que os homem vaidosos demais, preocupados com sua barriga tanquinho vão cobrar da parceira a mesma vaidade ( para estar à altura). Quero poder curtir minha velhice e não brigar com ela. Garotinhas mais novas e lindas vão sempre existir. Mas com  meu conteúdo não... Difícil é achar alguém que valorize o conteúdo.

E vou mais além. Que pra mim justifica o maior vício nessas pessoas difíceis. São pessoas que nunca estão conosco. Suas prioridades NÃO são estar com alguém em especial. E essa obsessão por atender à expectativa do parceiro(o) "troféu", para não ser trocada(o), de certa forma ocupa nossa mente.

 Aí o perigo do vício em relacionamentos com pessoas que nos deixam assim, com sensação de estarmos sempre na "corda bamba". Dá esse FALSO frio na barriga, que não passa de medo de perder, de acabar o relacionamento.  Mas são pessoas um tanto óbvias, que deixam claro o que gosta ou o que não gosta. Afinal é concreto. O externo é mensurável. Fica fácil saber quais necessidades desse perfil de parceiro precisamos atender (vazio).

Já tive parceiros assim. Eu vivia impecável. Mais magra, unhas perfeitas, tudo... não podia falar, nem perguntar muito, quase que NEM EXISTIR... Pra não atrapalhar, não faltar nada e não correr o risco de ser trocada. Uma rotina que e certa maneira ocupava meu dia, minha cabeça e o mais fácil, eu não precisava pensar quem eu queria ser. Bastava ver as características que meu "troféu" admirava (que era longe de ser o que eu sou, mas ainda assim insistia) , que eu dava um jeito de TENTAR ser . Tentar, por que pra um cara "tão maravilhoso" a ponto de merecer TODA minha atenção, nada seria suficiente...

Esforço em vão. Nunca reconhecido. O parceiro vaidoso é cheio de si, não precisa de ninguém nem pra completar sua felicidade.

Com muita ironia, me refiro a esses parceiros "maravilhosos" mas que não sabem o verdadeiro sentido de parceria. De ceder, de troca de alma. Não acredito em sub-Deuses, mas acredito sim em grandes farsas. Talvez sejam por isso que exista tantas pessoas assim com dificuldade de relacionar, por que no dia a dia ideal desaparece. Num relacionamento nos tornamos humanos. Erramos, choramos, amamos, odiamos, cansamos, temos saudade, engordamos, emagrecemos, temos mau hálito, ficamos lindas e assim vai... Num relacionamento precisamos nos doar! Uma troca superficial não se sustenta com a realidade do dia a dia. Mas infelizmente a vida é REAL.
E quando o outro se humaniza, o relacionamento "perde o encanto". Mas... Que encanto? Encanto é você passar mal e alguém ficar ao seu lado, é poder chorar e ficar feia. Isso é ENCANTADOR.

ENCANTO SEM HISTÓRIA OU CONVIVÊNCIA É FANTASIA!!!!

E hoje vivo outro tipo de troca. Uma troca de dentro. De um parceria em que não preciso ser nada a não ser eu. E o meu desafio é agora pensar o que EU quero ser. SE quero fazer unha, PARA MIM, por que sei que pra ele não muda o que sente por mim. Agora eu tenho a "cabeça vazia" , pra encher comigo. Cuido de mim, me dou, mas recebo em troca...
O amor cresce na calmaria. O amor pelo outro e por mim.